Na realidade, posso parar para ouvir o que a Vida me está a dizer naquele momento sobre aquela experiência e sobre o que está a acontecer.
Ouvimos por vezes dizer que precisamos de colocar atenção e energia no que fazemos para conseguirmos resultados. Seja no que for. Pode ser uma relação ou uma situação profissional, é importante colocar energia e atenção.
E o que será isto de dar atenção a uma determinada situação?
Como é que conseguimos estar presentes para algo, se muitas vezes não conseguimos estar presentes para nós?
E onde acaba a atenção e se inicia o apego e a necessidade de mudar o que está a acontecer?
Qual o montante de energia e atenção a ser dado a uma determinada situação? E de que forma?
E quando o que pretendemos não se concretiza como gostaríamos ou não se concretiza de todo: será que deverei insistir para ter resultados e até atingir o que quero?
Muitas vezes culpamo-nos por achar que não nos dedicamos o suficiente a uma determinada situação e que por isso não temos resultados.
Ou achamos que a Vida nos está a castigar de alguma forma, e sentimo-nos uma vez mais culpados porque devemos ser os responsáveis por não chegar onde queremos.
Ou olhamos à volta e achamos que o outro consegue obter resultados sem fazer grande coisa e eu, que estou a dedicar-me tanto, não sou reconhecido pela Vida e que a Vida é injusta.
Mas será verdade? Será que a realização do que gostaria está nas minhas mãos?
Sim, poderá ser útil ter dedicação e disciplina ao invés de não prestar atenção ao que é para fazer, mas será que o posso fazer de uma maneira desligada?
Será que posso ter a dedicação e a disciplina e, ao mesmo tempo, deixar ir, deixar que a Vida faça o que é para fazer?
Deixar fluir o que tiver de acontecer.
E quando não acontece de todo como eu gostaria?
Posso olhar e tentar perceber de que forma este processo está a ser uma aprendizagem para chegar até mim, tentando perceber o que me incomoda e quais os pensamentos que surgem quando acredito que a Vida é injusta ou que não sou merecedor.
Na realidade, posso parar para ouvir o que a Vida me está a dizer naquele momento sobre aquela experiência e sobre o que está a acontecer.
Eventualmente, posso acreditar na Vida que acontece naquele momento e poderá ser que a Vida passe também a acreditar em mim.
Fazer o que é para fazer e Deixar Ir. A Vida sabe sempre o que é melhor para cada um de nós. A cada instante.